Cinco Livros Curtos que Fogem da Mesmice das Listas sobre Livros Curtos

Um título longo para um artigo sobre livros curtos

Thiago T.
3 min readAug 29, 2019

Um livro bom não é necessariamente um livro longo. Clássicos escritos por F. Scott Fitzgerald, John Steinbeck e Gabriel Garcia Marquez mostram que boas histórias não são proporcionais ao número de páginas.

Fiz uma seleção de bons livros que fogem da mesmice “clássicos da literatura” e que podem ser lidos em poucas horas (ainda que você seja um leitor vagaroso). A lista não é necessariamente “lado B”, mas tentei excluir as obviedades deste “nicho”.

Os livros estão classificados pelo número de páginas (do maior para o menor), deixando de lado quaisquer outros critérios subjetivos de avaliação. Todos eles são bons (e alguns muito bons) na minha modesta, humilde e não menos egoísta opinião.

Livro: Uma casa no fundo de um lago
Autor: Josh Malerman
Páginas (estimadas): 160
Sinopse: Um casal de adolescentes (ou jovens adultos, como está na moda) encontra uma casa de dois andares, toda mobiliada, no fundo de um lago. A partir de então uma série de acontecimentos fantásticos — que não contarei — acontecem. Uma leitura rápida, com um clima de suspense (marca do autor) e com um final… ah, não falarei do final. Se você gostou de Caixa de Pássaros (do mesmo autor), este livro não tem nada a ver, mas vale a leitura. Não sei porque fiz esse comentário…

Livro: Hoje Está um Dia Morto
Autor: André de Leones
Páginas (estimadas): 139
Sinopse: O livro — que recentemente virou filme — conta a história de um casal de adolescentes que moram em uma cidade em que nada acontece. Uma vida tediosa e triste. Temas contemporâneos como falta de perspectiva e depressão, aliados a algumas referências pop/culturais resultam em uma narrativa fácil, porém, densa. Leia sem pudores.

Livro: O invasor
Autor: Marçal Aquino
Páginas (estimadas): 128
Sinopse: Três engenheiros, colegas de faculdade e sócios de uma construtora entram em conflito quando são convidados a participar de um “ótimo” negócio, cuja legalidade é questionável. Dois deles tomam uma decisão duvidosa: matar o sócio que é contra o negócio. Então, um inusitado personagem entra na história. Marçal Aquino, em minha unilateral opinião, é um dos melhores escritores brasileiros da atualidade. Depois de ler, vale assistir o filmaço que tem música e atuação de Paulo Miklos.

Livro: A humilhação
Autor: Philip Roth
Páginas (estimadas): 94
Sinopse: O livro é parte da obra de Philip Roth que retrata o tema velhice. Um renomado ator de teatro sessentão, com uma grave crise de bloqueio artístico está deprimido e obcecado com a ideia de suicídio. Neste cenário, ele conhece uma jovem, filha de um casal de amigos, e sua vida toma um contorno inesperado. Ideal para quem nunca leu Philip Roth. O melhor livro da lista, se estiver em dúvida.

Livro: O adulto
Autor: Gillian Flynn
Páginas (estimadas): 55
Sinopse: Obviamente trata-se de um conto e não de um livro. Mas, provavelmente, considerando a atual popularidade da autora (que escreveu Garota Exemplar e Objetos Cortantes), a editora optou por transformar o conto em um livro solo no Brasil. Deixando de lado qualquer juízo de valor sobre essa decisão capitalista, vale a pena a leitura. Apesar de curto, temos personagens bens construídos e uma história cativante de uma mulher que sempre viveu dando golpes e agora se vê presa em uma situação difícil. Não é a toa que até Stephen King fez críticas positivas ao conto, digo, ao livro.

Então é isso. A lista está concluída. Temos 5 bons livros, compilados em mais ou menos 575 páginas (o mesmo número de páginas de muitos best sellers).

Poderia ter incluído outras sugestões? Poderia. Mas optei por não fazer. A minha experiência é que listas de livros muito extensas me levam à uma indecisão na escolha que resulta em uma longa reflexão sobre qual livro ler e, no final das contas, não leio nenhum livro da lista.

De qualquer forma, caso, algum dia, alguém leia esse texto e tenha uma sugestão que se adeque à lista, não hesite em deixá-la nos comentários.

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Thiago T.

Aqui escrevo uma frase sagaz para me sentir descolado.